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Tatielle e Marcelo

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

De início, posso dizer que, sem dúvida, vivemos a madrugada e a manhã mais incrível das nossas vidas durante o processo de trabalho de parto para trazer ao mundo nossa filha!

Meu relato de parto começa muito antes do parto propriamente dito. Tive o privilégio de conhecer pessoas imprescindíveis para que a minha gestação e o parto fossem a realização de um sonho!

Na fase de tentante, conheci minha doula amada @doulapaularomao e minha obstetra @dradanielepeters e, logo em seguida, o Grupo Quatro Apoios, todos por meio do Relato de Parto inspirador da @janinensantos, que minha grande amiga e irmã Camila me mandou!

Eu e meu marido Marcelo planejamos esse momento único em nossas vidas.
Eu sempre acreditei que um bebê escolhe espiritualmente sua mãe e pai antes mesmo de vir para esse mundo, por isso me conectei com Deus e pedi que fôssemos escolhidos por uma linda menina para formarmos nossa família tão abençoada!

Tive uma gravidez bem tranquila, o pré natal saudável e sem nenhum problema. Queríamos trazer ao mundo nossa filha da maneira mais natural e acolhedora possível.

Então, o #PartoDomiciliarPlanejado nos foi apresentado, exatamente da maneira que desejávamos: tudo seria no conforto do nosso lar, com enfermeiras obstétricas super profissionais, sem intervenções desnecessárias, sem ter que correr pra maternidade, sem riscos de sofrer qualquer tipo de violência obstétrica.

Mergulhamos fundo no universo do parto e da maternidade/paternidade – desde assistir a documentários como “O renascimento do parto 1, 2 e 3”, à ler livros como “Parto ativo”. Foram meses de muito estudo e aprendizado para nos preparar para o nascimento da Lavínia!

E assim tudo aconteceu! A data prevista de parto era 29/01/19, mas deu 1 semana de diferença entre a DUM e a ecografia. Comecei o pré natal com a Equipe Quatro Apoios com 37 semanas: as consultas foram ótimas, sempre muito esclarecedoras e assim me mantive tranquila, firme no meu propósito, sem deixar a ansiedade tomar conta. Foi quando chegamos às 39 semanas e nada, nem um sinal. ?

No dia 28/01 acordei “estranha”, com uma sensação diferente: senti um pouco do tampão sair. A enfermeira Aline Calça fez uma consulta pela tarde e pediu para marcar uma ecografia. Marquei para dia 30/01.

Eis que 23h e pouco da noite, do dia 28/01, começaram as primeiras contrações mais doloridas, bem espaçadas ainda. Fiquei alerta: chamei meu marido, fui comer e tentei dormir. Mas às 3h15 senti a bolsa estourar junto com a saída tampão – fui direto para o banheiro e o líquido estava claro (mais uma vez tudo estava conspirando ao nosso favor)!

Fui para o banho com a bola de pilates, mandei mensagem para minha doula e o Marcelo ligou pra Alyni que estava de plantão e por volta de 4h00 as 2 já estavam na minha casa. A Alyni foi me avaliar e contar as contrações… já estava em fase ativa, mas no toque, apenas com 2 de dilatação e colo bem fino.

Dei uma desanimada e falei pra Paula: Aí, está só no começo! E ela me incentivou dizendo que depende do ponto de vista, pois o colo do útero já estava bem fino!

A Alyni já tinha que ir trabalhar e logo a Cris chegou: as contrações já estavam ritmadas, e eu no chuveiro aproveitando para tentar relaxar (o que já estava difícil). Eu vocalizava em toda contração para aliviar a dor e me movimentava também e o que mais aliviava a dor era segurar a mão do Marcelo ou da Paula, me agachando e fazendo contrapeso.

Olhos fechados quase o tempo todo, tentando mergulhar no universo da partolândia… foi difícil me entregar e deixar o controle de lado! Foi quando a Paula colocou uma música que havia tocado no chá de benção, quase que como uma prece. Me emocionei, pedi para ela cantar a música pra mim, senti como se minha mãe divina e espiritual estivesse ali, me amparando e me guiando.

A piscina já estava preparada no meu quarto – eu entrei e a água relaxava, porém estava muito quente o clima e sentia muito calor com a água morna. A Paula revezava com o Marcelo para me segurar e fazer massagem com um óleo de arnica muito bom, além de me abanar com o leque ?.

Me deu vontade de sair da piscina e ir para o vaso sanitário, a Cris já estava monitorando os batimentos cardíacos da neném e aproveitou que eu sentei para fazer o toque… e já sentiu a cabecinha dela! Dilatação total, voltei para a piscina…não lembro exatamente se foi essa a ordem dos acontecimentos… rsrs. ?

Em seguida, a Cris sugeriu ir para a banqueta de parto para evoluir mais rápido e aceitei a sugestão, mas não consegui ficar muito tempo, porque a lombar doía demais!

A equipe me incentivava, cada vez que vinha uma contração e a enfermeira via a cabecinha com o espelho e a lanterna! Ela dizia que eu estava indo muito bem, que estava linda! Queria muito que a Lavínia nascesse na água, então voltei para a piscina.

Já estava sentindo os puxos, fiquei na posição agachada e com o tronco para trás, me segurando no Marcelo e na Paula.

Nesse momento já tinha amanhecido e eu vocalizava já bem alto, com uma vontade involuntária de fazer força. Tentava lembrar da fisioterapia pélvica – a cabecinha já tinha coroado, sentia muita ardência no períneo, o famoso “círculo de fogo”.

Lavínia ia e voltava com a cabecinha em cada contração, e foram muitas contrações assim. Eu cheguei a dizer que não sabia quanto tempo iria aguentar. A Paula disse que a Lavínia estava cuidando do meu períneo, por isso estava lento.

Em nenhum momento passou pela minha cabeça ir para a maternidade ou desistir… só que chega uma hora que começamos a duvidar da nossa capacidade. A hora do desespero havia chegado, e aí me dei conta que a força não provém apenas de uma capacidade física, mas também de uma vontade indomável e eu queria muito parir e conhecer minha filha! ?

Toda a equipe sempre me lembrava de respirar fundo e me ajudou a seguir firme! Eu sentia a cabecinha dela mexendo, tentando sair sem eu fazer força e isso foi muito emocionante. Pensei: ela quer nascer e sabe o que está fazendo, eu sei parir e ela sabe nascer!

Lembro que tocava a música Debaixo d’água da Maria Bethânia, mais que perfeita para o momento: “Debaixo d’água tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido, só faltava respirar, mas tinha que respirar”.

E dei à luz a uma bebê linda, toda molhada e quentinha, ela nasceu nos braços da Cris… o Marcelo queria ampará-la, mas ela nasceu com uma circular de cordão apertada e ele achou melhor deixar para a Cris.

A Lavínia veio para o meu peito e então tiraram a circular de cordão do pescocinho dela. A Lavínia demorou um pouquinho para dar o primeiro choro e logo já estava com os olhinhos abertos e olhou pra mim com um amor maior do mundo… como se dissesse: então você é a minha mãe?

Eu só sabia agradecer a Deus e dizer: vem meu amor, seja bem vinda amor da mãe, você é tão linda, eu te amo! ?

Marcelo estava na água ao meu lado, emocionado e sem palavras! Realmente nenhuma palavra é suficiente para descrever esse momento! Eu levantei com minha filha em meus braços (de onde ela não saiu mais durante a hora de ouro), fui para cama e a Cibele me auxiliou no 1° A placenta demorou uns 45 min para nascer, com uma cólica nada agradável. Depois de o cordão parar de pulsar fizemos a benção do cordão (queimamos com vela), fizemos uma sessão de fotos e após avaliação, tive laceração grau 1, sem necessidade de suturar. Eu me sentia super bem, ainda sob o efeito dos hormônios, toda ocitocinada!

Lavínia estava muito saudável também, cheia de vérnix que nós usamos para passar nas rugas, tudo pela beleza ?.

Foi uma experiência única e maravilhosa, inimaginável e insana, e valeu cada minuto. Senti a mulher selvagem, a força e o poder de dar à luz a um outro ser!

Agradeço de coração minha doula amada por toda ajuda.. é muito amor numa pessoa só! Incrível como a vida nos presenteia com pessoas tão queridas!

Ao Grupo Quatro Apoios meu sincero agradecimento, vocês foram essenciais e muito importantes nesse processo, principalmente no momento mais difícil de nossas vidas, em que quase deixamos de realizar esse sonho e vocês estiveram dispostas.

Profissionalismo, amor, respeito e cuidado descrevem o trabalho de vocês, obrigada por todo apoio no parto e inclusive no pós parto! Continuem firmes com esse trabalho que fortalece a mulher e torna o nascimento uma experiência tão inesquecível.

Gratidão a minha obstetra Dra. Daniele Peters que sempre nos apoiou na nossa decisão e a @midibandeira_obstetra, que tb fez parte dessa história.

Agradeço também a @patricia.ehlke que me estendeu a mão e me ajudou a superar as dificuldades do puerpério.

E ao meu marido e parceiro que embarcou nessa louca e inesquecível aventura comigo, no momento mais divino de nossas vidas!

Nossa pequena veio ao mundo como ela quis, no tempo e na casa dela, de forma natural, numa manhã de sol abençoada por Deus! Sem nenhuma intervenção, apenas respeito e amor.

11h15 do dia 29/01/19, com 2.965 kg e 47 cm, numa linda lua minguante, do signo de aquário, com ascendente em Áries, nasceu nossa amada filha
Lavínia! mama.