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Prazer, eu sou o puerpério!

Olá, prazer me chamo PUERPÉRIO!

Ao longo dos dois próximos anos estarei com você. Tudo bem, eu sei que você aprendeu: “puerpério são em torno de 41 dias”. Mas amiga querida, confesso que nossa sociedade escondeu por muito tempo esse segredo. ?

Fisiologicamente, para o nosso corpo, entono de 40 dias, tudo tende a estar no lugar: útero do tamanho adequado e preparado para uma próxima gestação, bexiga, intestino, estômago, tudo no seu lugar de origem.

Porém, seus hormônios, seu emocional, seu estado mental, não… isso nada está no lugar. Há muita coisa nova, muitas sinapses acontecendo e não importa se você tem um, dois, três ou mais filhos, esse processo continua sendo novidade. Afinal é um ser nu, em todos os aspectos, que chega aos seus braços e necessita de você para sobreviver. ?

De todos os seres da face da Terra, o ser humano é o que leva mais tempo para sobreviver sem auxílio de outro ser vivo. Leva mais tempo para aprender a buscar e conseguir seu próprio alimento, para entender que faz cocô e xixi; leva tempo para entender que mãe e cria são pessoas distintas.

Sua cria lhe reconhece pelo cheiro, pela sua voz, pelas batidas do seu coração. Ouso dizer que ele até te reconhece pelo barulho do teu estomago. Nesse momento, a função cerebral desse bebê é puramente instintiva, primitiva. Ele age por impulso, e seu único meio de comunicação é o choro, como uma necessidade.

Ah o choro! Que vem madrugada adentro, entra nos seus ouvidos, mãe, e se mistura com o cansaço avassalador! A culpa materna que entra e ocupa o lugar da placenta, vem a tona: nos culpamos pelo cansaço, pela paciência que achamos que não temos, pelos questionamentos ousados que fazemos a nós mesmas, independente a linha de criação que decidimos seguir.

O puerpério é entrega, é se jogar no escuro, é se lançar diante do desconhecido, sem troca e sem certezas. Por isso leva tempo. Tempo esse que, quando olham para a cria, pedem para ele ir mais devagar, ‘está passando muito rápido’, e aquilo que era angústia, de repente vai dando espaço para a saudade. ?

Amiga mãe, queridos familiares e amigos: se eu pudesse dar-lhes de presente uma dica, Eu diria: – Nesse momento, mãe e cria precisam de colo, carinho e afeto; o amor está sendo construído e, muitas vezes, ressignificado.

Eles (mamãe e bebê) não precisam de palpites jogados e sem fundamentos. Ambos precisam de um suporte sólido, uma rede de apoio compreensiva, que cuidem de coisas que a mãe, nesse momento, não deverá (e nem conseguirá!) cuidar.

Querido(a) cônjuge, seja companheiro(a)! Ela voltará aos teus braços e te olhará com mais amor do que antes, mas nesse momento é uma questão primitiva ela precisa dar mais atenção para a cria! Ela não te ama menos.

Queridos avôs(ós), aos poucos ela está deixando de ser apenas filha, e isso dói! É confuso e ela precisa criar novas estratégias de como lidar com tudo isso. Ela não está negando a criação de vocês, ela apenas precisa criar a dela.

Amigos(as), lembrem de quantas coisas boas passaram juntos! Mais do que nunca ela precisa que agora, vocês lavem uma louça, tragam um café quentinho adoçado com muito amor e carinho. ?

Acreditem, mãe e bebê precisam de tempo! Ahhh o tempo…. olha ele aí novamente. O tempo lhe trará a calma, e a cada raiar do dia você terá uma disposição sem igual e entenderá o porquê desse amor materno ser incondicional.
Prazer… me chamo puerpério! ?