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Marina e João

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Se me perguntarem: Marina, e a dor que mais parece um teste de sanidade mental? Respoderia: Viveria cada segundo de novo”. Para saber o porquê desta insanidade (rsrs…), leia o nosso relato completo! ⤵

Bem, já começo dizendo que tive que cortar MUITOS detalhes para não ficar uma bíblia e ainda assim ficou… ? Tudo começou quando escolhi a maneira que meu filho iria nascer. Talvez um pouco polêmico para o que a família estava acostumada.

Mas a decisão sobre realizar um #partodomiciliar foi sentida no coração ❤ acima de tudo, com a intuição gritando alto; mas também com medos e inseguranças, já que a sombra e a luz são partes de um mesmo todo.

No fim, a voz do coração (preparação pessoal e autoconhecimento) unida à razão (estudos, informação, aval do meu médico e um pré-natal perfeito) foi o que possibilitou um nascimento tão maravilhoso e respeitoso quanto desejei ao Otto.

Bem, ainda só preciso contextualizar mais um detalhe: sou psicóloga e minha infinita jornada de autoconhecimento pessoal tem um caminho percorrido. Nos cursos de autoconhecimento e sobre a vida que eu ofereço, as informações sempre chegaram até mim por via de estudo, observação, experiência e por meio de revelações (sonhos, intuições, e “downloads” de ideias inteiras que brotam no coração).

Estou falando disso porque também tive revelações sobre o parto, sobre as questões psicológicas e espirituais que acometem as mulheres neste momento.

Nestas revelações, chamemos assim, percebi meu Ego de perto, e realizei que teria que deixá-lo “morrer” para que o parto ocorresse. Isto é, eu teria que liberar o controle, deixar-me dominar pela dor, pelo medo ou pelo que fosse!

(Quem tiver interesse em saber mais sobre isso, me peça que eu conto, pois não vou contar aqui para não alongar ainda mais… kkkk).

Vamos direto ao ponto: gestação tranquila, apenas com um pouco de apreensão no início, devido à uma ansiedade e desejo de que outra pessoa muito próxima a mim também engravidasse junto comigo.

Felizmente (mais um presente do Divino), quando completei 4 meses, esta pessoa contou que também estava grávida ? e relaxei completamente.

Pré-Natal todo perfeito, como mais um dos infinitos presentes do Divino. A partir das 37 semanas, a Equipe Quatro Apoios (equipe que escolhi para realizar o meu parto domiciliar planejado) já iniciou as visitas em casa para o meu acompanhamento e também do Otto.

Já aproveito para fazer meu agradecimento à essas enfermeiras incríveis que cumprem sua missão de vida com firmeza, experiência, e que com muito, mas muito amor e respeito, me ajudaram a trazer meu filhote amado para este mundão . Amo vocês.

Eu estava de 38 semanas ainda trabalhando. Meu médico, Dr. Álvaro Silveira Neto, perguntou se eu queria fazer o toque: eu não quis em primeiro momento porque sei que na verdade saber em quanto está a dilatação não decide nada.

39 semanas e entrei de licença dos atendimentos: já sentia várias contrações, principalmente toda vez que andava de carro sobre o paralelepípedo (rsrs…).

Sentia já pontadas e dores no ciático do lado direito (Otto ficava em sua maioria com o dorso à direita). Às 39s + 5 dias fui ao cabeleireiro, dar uma mudada no visu (kkk). Cheguei em casa e namorei com meu marido com muito amor (sexo é um desencadeador do TP e pude comprovar esta teoria.. rs).

Logo as contrações mais intensas e bastante frequentes (em torno de 2 min entre uma e outra) começaram, porém indolores. Isso era cerca de 18h00 da noite do dia 09/nov (minha DPP era 11/11). Avisei minha mãezinha linda, que ficou lá com o coração na mão, e minha doula.

Segui as orientações das enfermeiras da Equipe Quatro Apoios: tomar um banhão delícia, relaxar para me certificar que não era um falso TP. Fiz tudo isso e as contrações continuaram, suaves e indolores, e eu sentia uma forte pressão. Vale lembrar que neste momento eu quis ter uma DR com o maridão (rsrs), mas ele, que estava por dentro do assunto, me acolheu e logo foi sacando que na verdade isso já era sintoma de trabalho de parto latente.

Peguei no sono gostoso, dormi a noite inteira e as 05h45 da madrugada do dia seguinte (10/11) acordei e antes de abrir os olhos escutei alto e claro, juntamente com um remelexo involuntário no barrigão: “POC”.

  • Ahh, a bolsa estourou: “moooozi, a bolsa estourou”! Já acordei meu marido correndo pro chuveiro – “Olha a cor do líquido rápido” – Transparente!!
    Ufffaaaa, que alívio. Mais um indicativo que o parto poderia ser em casa mesmo (obrigada Divinooo)

Como orientado, avisamos as meninas da Equipe Quatro Apoios e a doula, que ficou acompanhando tudo via WhatsApp e já se disponibilizando pra ir lá em casa a hora que eu pedisse.

Bem, ali por 08h00 a coisa começou a ficar mais intensa. As contrações também continuavam ritmadas (variando entre 2 min cada), marido já no App da contagem de contrações acompanhado pela Alyni. Eu já fui para o banho pq as dores começaram a se intensificar pra valer. Eu já comecei a entrar na Partolândia (estado alterado de consciência devido à dor e ao TP em si). No caso, na minha Partolândia, eu não queria nada e nem ninguém por perto.

Quem acionou a doula para finalmente vir até em casa foi meu marido que já não sabia mais o que fazer ou me oferecer (rsrs). Então, no horário combinado, a Aline da Equipe Quatro Apoios chegou. De acordo com ela, quando a vi falei: “Aline, isso aqui é um teste de sanidade mental”, mas não me lembro disso..
rsrs.

As dores estavam intensas, minha doula @doulapaularomao, digo, meu anjo da guarda na Terra, me cuidou, acalmou, amparou, encorajou, massageou.
Então, por volta das 13h30 fizemos o toque: para minha surpresa estava de 7 pra 8 de dilatação. “Oba!” – pensei.

Só que daííííí… as contrações foram ficando mais, mais e mais intensas e doloridas a um ponto que eu não relaxava, não queria me deixar dominar pela dor ou pela “morte do Ego”. Quando uma contração passava eu já ficava esperando que dali 1 min viria e outra e outra e aquilo foi me aterrorizando.

Doula, enfermeiras e marido me encorajando a me mexer, movimentar e eu simplesmente não queria movimentar (o movimento de 1 milímetro do meu corpo já desencadeava mais contrações) e o tempo foi passando…. me ofereceram o chá da Naolí, água, suco.

Eu não queria nada (nunca falei tantos “Nãos” na vida kkk). Fui pra banheira, chuveiro, rebolei, disse e repeti que não aguentava mais. Cachorrinha já agitada em casa. Doula e enfermeiras saíram (numa percepção e sensibilidade incríveis do que eu precisava, porém não conseguia pedir) com a cachorrinha e me deixaram sozinha com o marido.

Momento incrível e imprescindível para a evolução do trabalho de parto, pois me aproximei novamente do marido e unidos vivemos momentos intensos e de muita intimidade.

Ah, vale lembrar que durante todo este tempo as enfermeiras foram auscultando o coraçãozinho do Otto que se manteve SEMPRE perfeito (❤ Divino). O sol já ia baixando e eu já sentada no banquinho de parto.

Marido aguentando firme todos meus NÃOS, mas não conseguiu deixar de se abalar pelo pôr do sol, que indicava que o TP já se estendia por 12 horas e se desesperou. A dor era insana e comecei a sentir o “círculo de fogo” (o famoso e dolorido círculo de fogo – qdo o períneo começa a esticar).

Lembro de perguntar já muito impaciente: “Aline, porqueee que meu piá não veeem?” Ela e minha doula Paula, na sua infinita paciência e experiência me responderam: “Ele está vindo, está apenas cuidando do seu períneo”. Por fim, me convidaram a ficar de pé, isso já era noite, por volta das 20h00.

Me desesperei, pois, achei que o Otto iria “voltar” o caminho que já tinha conseguido “descer”. Então a Aline disse a frase que mais me marcou no TP: “Sim, ele irá voltar um pouco, se ajeitar e então virá”.
Dito e feito: fiquei de pé, mas agora com outra atitude: deixei-me dominar pela dor, deixei meu ego morrer. Em outras palavras, abandonei o controle e deixeime engolir pela morte do medo. Senti muita raiva de ainda não ter parido.

Então, assumindo pra valer a grande raiva que sentia, não fugi das contrações.
As chamei com firmeza para virem com força. A força era tanta que me agarrei no meu marido a ponto de tirar totalmente os pés do chão em cada contração durante 1h30 (expulsivo). Nessa, o marido perdeu 5 kg e ganhou muito bíceps (rsrsrs).

Bem, finalmente meu neném lindo colocou a cabeça pra fora junto de uma das mãozinhas e já chorou alto e forte. Somente na próxima contração veio o resto do corpinho. Não houve laceração, apenas uma pequena escoriação interna que não precisou de pontos.

Otto nasceu com Apgar 10 10, às 21h33 do dia 10 de Novembro: veio pros meus braços e 30 min após já estava mamando ainda conectado à mim pelo cordão.

Gratidão Eterna ao grande Divino que me deu TANTOS presentes e que não se cansa nunca de me abençoar! Gratidão à minha mãezinha e familiares amados por me apoiarem nessa decisão. Gratidão João, por ter parido junto comigo, por não me abandonar nos milhares de NÃOS que disse a vc.

Gratidão eterna à Equipe @quatroapoios ?que banca realizar esse trabalho MARAVILHOSO de responsabilidade, respeito, amor, seriedade, firmeza, experiencia, paciência e amor.

Gratidão eterna à minha doula Paula @doulapaularomao, que me fez compreender profundamente a importância e singularidade do trabalho da doula, me fortalecendo e trabalhando comigo cada ponto visível e invisível para que eu trouxesse ao mundo meu bem mais precioso. Gratidão a todos que me estiveram comigo em todo o processo, que indiretamente ou diretamente me ensinaram, apoiaram, ajudaram para que eu acreditasse em mim, para que pudesse passar por este RITUAL DE MORTE DO EGO: e renascer como uma FÊNIX.. muito, mas muito mais fortalecida!